Conceito
O termo interseccionalidade é um conceito preocupado com as interações e marcadores sociais nas vidas das minorias. Através dele é possível enxergar que em nossa sociedade existem vários sistemas de opressão, que se relacionam entre si e se sobrepõem.
O conceito nos ajuda a pensar sobre a inseparabilidade de estruturas sociais que incidem sobre determinados grupos. Dessa forma, não é possível analisar um indivíduo atingido por opressões de gênero, raça ou classe de maneira autônoma. É preciso considerar que todas essas categorias incidem sobre essa pessoa de forma dinâmica.
Inicialmente se debruçou principalmente em relação ao impacto desses sistemas de opressão sobre as mulheres negras (o termo foi de fato sistematizado pela teórica feminista e professora estadunidense especializa em questões de raça e gênero, Kimberlé Crenshaw, em 1989).
E graças às lutas, discussões e ativismos feministas sobre o assunto, o conceito tornou-se importantíssimo para as ciências sociais no geral.
Homens brancos com ensino superior têm um salário médio 159% maior do que o das mulheres negras que também cursaram faculdade (Instituto Insper com base em dados do IBGE de 2016 a 2018).
Esta é a Aurora
Ela é médica, tem 31 anos, adora viajar, pratica jiu-jitsu e tem dois cachorros. Aurora também é uma mulher negra retinta, lésbica e uma pessoa com deficiência auditiva. Trabalha numa clínica particular na Zona Sul do Rio de Janeiro, local onde a grande maioria é branca/hétero/não-PcD (ela é a única médica negra e assumidamente lésbica).
Aurora sente e sabe que passa por diversas violências dentro do trabalho, desde a presunção alheia de que não é boa o suficiente para ocupar aquele espaço até a forma como outras/os colegas a tratam, porém não é capaz de dizer qual desses obstáculos a prejudicam mais, pois eles coexistem. Ela não pode ser só uma mulher negra ou apenas uma PcD. Portanto, todos esses aspectos de sua identidade se cruzam, e é isso que chamamos de interseccionalidade.
Para exercer no dia a dia
↣ Trabalhe a escuta ativa
↣ Reconheça seus preconceitos
↣ Pratique a comunicação inclusiva
↣ Respeite as dores das pessoas ao seu redor
↣ Tenha um interesse genuíno sobre as temáticas e estude a respeito
Escrito por Fael Ferreira Borges e Carine Passos.
